Policial militar mata jovem com tiros em residência, na zona sul de São Paulo
Natanael Venâncio Almeida, com 19 anos, foi atingido após tentar escapar de uma abordagem policial.

Natanael Venâncio Almeida, de 19 anos, faleceu após ser atingido por tiros de policiais militares em sua residência, na Vila Andrade, zona sul de São Paulo, na noite de domingo (18.mai.2025), por volta das 22h15, após tentar escapar de uma abordagem policial. De acordo com relatos de familiares, ele tentou evitar a abordagem por não estar utilizando capacete e sem possuir Carteira Nacional de Habilitação.
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A Rocam iniciou a perseguição ao jovem na avenida Carlos Caldeira Filho. Natanael alcançou sua residência, sendo então alvejado pelos policiais militares que o haviam perseguido.
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Os familiares informam que a fuga se deve ao temor de que a motocicleta fosse apreendida. A moto, adquirida com auxílio financeiro da mãe, era de propriedade do jovem, que a empregava para exercer a atividade de entregador.
O registro policial apresenta versão distinta do relato da família. O documento indica que Almeida estava acompanhado de um homem na garupa ao fugir da abordagem de três PMs em motocicletas. Os dois policiais desceram da moto em uma viela e tentaram escapar. Enquanto dois PMs detiveram o garupa, um terceiro PM perseguiu Natanael.
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O registro policial relata um confronto, no qual o PM efetuou 3 disparos. Dois projéteis atingiram o jovem e outro feriu a mão esquerda do próprio policial. O documento também aponta a apreensão de uma pistola 9mm com numeração raspada e 12 munições intactas, encontradas com Natanael.
Dados oficiais indicam que 163 indivíduos perderam a vida em decorrência do confronto com as forças de segurança paulistas no primeiro trimestre de 2025. Esse número corresponde a uma redução de 25% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizadas 219 mortes. Os valores permanecem superiores aos registrados em 2022 e 2023.
As patrulhas da Polícia Militar foram responsáveis por 131 dos 163 óbitos ocorridos durante o período, o que representa 80% do total. Adicionalmente, 27 mortes (16%) foram relacionadas a policiais militares em regime de folga.
A Secretaria de Segurança Pública comunicou que as circunstâncias do caso estão sob investigação pelo DHPP e pela Polícia Militar por meio de Inquérito Policial Militar. As armas utilizadas na ocorrência foram apreendidas e encaminhadas para perícia.
Na segunda-feira (19), cerca de 30 indivíduos protestaram em razão da morte de Almeida, obstruindo a avenida Carlos Caldeira Filho e queimando um automóvel.
Fonte: Poder 360