Rússia e Ucrânia realizam troca de prisioneiros de guerra com indivíduos menores de 25 anos
Cidadãos ucranianos que retornaram para suas casas encontravam-se em cativeiro russo desde o início da guerra.

Rússia e Ucrânia trocaram prisioneiros de guerra submetidos a critérios de idade, em um evento marcante de retorno para casa, representando o primeiro passo de uma série de trocas que podem ser as maiores da guerra até o momento.
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O acordo surgiu após negociações diretas entre as partes em Istambul, em 2 de junho, que envolveram a troca de no mínimo 1.200 prisioneiros de guerra de cada lado e o retorno para seus países de origem de milhares de corpos de combatentes falecidos no conflito entre Rússia e Ucrânia.
A devolução dos prisioneiros de guerra e o retorno dos restos mortais dos falecidos constituíram um dos raros acordos alcançados pelas partes, visto que negociações mais abrangentes não conseguiram encerrar a guerra, que já atingia seu quarto ano.
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Os combates prosseguiram, com a Rússia declarando nesta segunda-feira que suas tropas haviam assumido o controle de mais áreas no centro-leste de Dnipropetrovsk, na Ucrânia, e Kiev afirmando que Moscou havia realizado seu ataque mais amplo de drones durante a guerra.
Funcionários em Kiev afirmaram que alguns dos prisioneiros ucranianos que retornaram nesta segunda-feira estavam sob cativeiro russo desde o início da guerra.
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Em um encontro para prisioneiros ucranianos que retornavam, após cruzarem novamente para o norte da Ucrânia, um oficial forneceu um celular a um dos homens libertados para que ele pudesse contatar sua mãe, conforme evidenciado em vídeo divulgado pelas autoridades ucranianas.
“Mãe, cheguei, cheguei!”, gritou o soldado ao telefone, tentando recuperar o momento, dominado pela emoção.
Os ucranianos resgatados foram depois transferidos de ônibus para um hospital no norte da Ucrânia, onde seriam submetidos a exames médicos, receberiam banho, alimentação e kits de cuidados, contendo celulares e sapatos.
A felicidade se uniu à tristeza, visto que, do lado de fora do hospital, havia uma grande quantidade de pessoas, em sua maioria mulheres, que buscavam por familiares que haviam desaparecido em meio à luta pela Ucrânia.
As mulheres carregavam fotografias dos homens desaparecidos na expectativa de que um dos prisioneiros de guerra retornados os identificasse e fornecesse informações sobre o seu destino. Algumas acreditavam que seus familiares estivessem incluídos nos grupos de libertação.
Oksana Kupriyenko, de 52 anos, mantinha em mãos uma fotografia de seu filho, Denys, que desapareceu em setembro de 2024.
“Amanhã é meu aniversário e eu esperava que Deus me desse um presente e me devolvesse meu filho”, disse ela, em meio às lágrimas.
A psicoterapia.
Nenhuma das partes divulgou o número de prisioneiros trocados na segunda-feira, mas o Ministério da Defesa russo declarou que o mesmo número de militares foi trocado por ambos os lados.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que as trocas, nas negociações com o lado russo, ocorreriam em diferentes fases.
A troca demanda mais de um dia. Os detalhes do processo são bastante delicados. Por isso, atualmente há menos informações do que o normal.
Zelensky afirmou que as tropas ucranianas estavam participando de combates acirrados perto de Pokrovsk, no leste, na região russa de Kursk, e também na região ucraniana de Sumy, onde as forças russas buscam estabelecer presença em diversos povoados de fronteira.
O assessor do Kremlin, Vladimir Medinsky, declarou no fim de semana que uma primeira lista de 640 prisioneiros de guerra foi entregue à Ucrânia.
O exército russo comunicou que seus militares repatriados se encontravam na Bielorrússia, um aliado próximo da Rússia, onde recebiam apoio psicológico e médico antes de serem encaminhados para a Rússia para tratamento complementar.
Soldados russos foram vistos levantando as mãos e gritando “Viva, estamos em casa!” após serem resgatados a bordo de um ônibus.
O mesmo grupo foi visto portando uma bandeira russa e gritando “Rússia! Rússia!” antes de entrar no ônibus.
“É muito difícil expressar o que estou sentindo agora. Mas estou muito feliz, orgulhoso e grato a todos que participaram deste processo, da troca e de nos trazer para casa”, declarou um soldado russo libertado.
Ambas as partes alegam que a finalidade da troca de prisioneiros também é a de transferir indivíduos com problemas de saúde graves ou ferimentos graves. As pessoas observadas sendo entregues nesta segunda-feira aparentavam estar saudáveis e em boas condições.
Fonte por: CNN Brasil