Texas aloca 50 milhões de dólares para a pesquisa com psicodélicos
O investimento do Texas em ibogaína, ao mesmo tempo em que tenta proibir canabinoides psicoativos, foi discutido nos bastidores do Psychedelic Science 2…
Em segredo, a Psychedelic Science 2025 viu a ibogaína ser o tema central das discussões: o Texas planeja investir 50 milhões de dólares em pesquisas com a substância. O estado mais conservador dos Estados Unidos tornou-se um símbolo de uma das maiores contradições da política de drogas contemporânea, ao financiar substâncias psicodélicas experimentais e, ao mesmo tempo, proibir todos os derivados psicoativos de cannabis.
A proposta de investimento na ibogína foi aprovada sem grande repercussão, inserida em um conjunto de medidas legislativas relacionadas à saúde mental de militares e policiais. O documento estabelece a formação de um consórcio público-privado para analisar os efeitos da substância no tratamento de transtornos, incluindo transtorno de estresse pós-traumático, depressão grave e dependência de opioides, particularmente em veteranos.
Concomitantemente, outro projeto avançava rapidamente no Legislativo texano, buscando proibir todos os canabinoides com efeito psicoativo, incluindo delta-8 e delta-9 THC, mesmo em versões derivadas do cânhamo e já legalizadas desde 2018. A justificativa do Senado foi “proteger menores e conter abusos no comércio informal”. A aprovação ocorreu de forma acelerada, com apoio majoritário na Câmara e no Senado.
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O governador Greg Abbott vetou o projeto na última hora da sexta-feira (22.jun.2025), argumentando que o texto violava a Farm Bill federal e criaria espaço para contestações. Em vez do veto, prometeu uma regulamentação com foco em limites de potência, exigência de rótulos e controle de idade, seguindo o modelo da legislação de bebidas alcoólicas. O vice-governador Dan Patrick acusou Abbott de “legalizar na prática” os canabinoides, prometeu reverter o veto e convocou uma ofensiva política para julho.
O confronto evidencia divisão interna no Partido Republicano do Texas: por um lado, a vertente libertária e liberal nos costumes, que considera a cannabis como uma chance econômica e terapêutica; do outro, os ultraconservadores, que vinculam qualquer política de redução de danos à permissividade moral.
A contradição se intensifica quando o mesmo Estado impede a venda de produtos derivados do cânhamo, ao mesmo tempo em que investe milhões em uma substância psicodélica potente, de origem africana, que ainda é ilegal nos EUA.
A ibogaina é um alcaloide natural extraído da raiz da Iboga, uma planta do Gabão. Utilizada há séculos em rituais de cura, provoca visões intensas e necessita de acompanhamento clínico rigoroso.
A planta apresenta resultados promissores no tratamento de dependências e transtornos mentais, mas ainda está em fase de pesquisa.
Concomitantemente, o Texas enfrenta a regulamentação da cannabis medicinal de baixo teor de THC, com potencial para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos.
A política de drogas do Texas demonstra mais interesse em estratégia eleitoral do que em ciência. Ao priorizar a ibogaína, o governo se concentra em uma substância com ressonância entre veteranos e policiais, grupos importantes na base republicana. Ao combater a cannabis, transmite uma mensagem de força moral contra uma planta ainda estigmatizada, mesmo que o delta-8 não produza alucinações e apresente menor potencial de dependência em comparação com o álcool.
O paradoxo também é econômico. A indústria do cânhamo emprega mais de 50 mil texanos e gera US$ 8 bilhões por ano. Já a pesquisa com ibogaina não produz receita imediata, mas atrai doações, prestígio acadêmico e apoio de celebridades como Tim Ferriss e Joe Rogan, uma escolha entre o mercado popular e o capital intelectual.
O Texas se consolida como um laboratório da guerra cultural americana, com uma bandeira ambígua: psicodélicos sim, cannabis não. Pesquisa de alto nível sim, tratamento popular não.
Em curto prazo, os texanos precisarão lidar com dois movimentos simultâneos: a consolidação da ibogaina como símbolo da nova psiquiatria e o cerco à cannabis como fantasma da velha guerra contra as drogas.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Redação ZéNewsAi
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