Uerj inaugura homenagem a Marielle Franco no aniversário de sua morte
“É uma maneira forte e carinhosa de manter minha mãe por perto”, declara Luyara Franco.

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) inaugurou, na segunda-feira (28), uma escultura em homenagem a Marielle Franco. Símbolo da luta por direitos humanos no Brasil, a vereadora teve sua vida interrompida por um assassinato brutal em 2018. A cerimônia incluiu a presença de familiares e marcou o encerramento de um calendário de atividades promovido pelo Instituto Marielle Franco para celebrar sua vida e legado, no mês do seu aniversário.
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Ao Brasil de Fato, Luyara Franco, filha de Marielle, declarou que a presença de uma escultura da mãe na Uerj é “profundamente simbólica e necessária”. A universidade formou a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco e teve também um papel na formação política da vereadora assassinada.
A presença dela naquele local, onde acompanhei diversas disputas, desde a infância, em apoio à educação pública de qualidade, é um reconhecimento de seu legado e de seu direito à memória, sobretudo em um país que busca frequentemente apagar as histórias de mulheres negras, conforme declara a diretora-executiva do Instituto Marielle.
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Considero que existe um espaço de inspiração e de convite para que a juventude se identifique através dos locais de poder e de tomada de decisões, e a Uerj, ao conceder essa homenagem, também está assumindo um compromisso com uma educação antirracista, com a justiça social e com a democracia.
Homenagens
Antes de chegar ao Uerj, a escultura de Marielle, do artista Paulo Nazareth, já foi exposta no Museu de Arte do Rio (MAR). A obra faz parte da série Corte Seco, composta por peças em grandes dimensões que retratam figuras negras. Criada em 2021 para a 34ª Bienal de São Paulo, a escultura é feita de madeira, metal e alumínio, com aproximadamente 11 metros de altura.
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No último domingo (27), dia em que Marielle faria 46 anos, a marcha das Mulheres Negras na praia de Copacabana também homenageou a vereadora. Para Luyara, o aniversário da mãe é uma data que traz lembranças dolorosas, mas as homenagens mantêm seu legado presente.
É um tempo de grande saudade, mas também de se fortalecer nas diversas homenagens. Sentir o carinho e a força das pessoas aquece o coração e demonstra que ela permanece viva nas lutas, nos afetos e nos sonhos que tínhamos e que continuamos a trilhar. Para nós, da família, é sempre uma mistura de dor e gratidão, mas seguindo para além da ausência e do vazio que a morte causou, também é um lugar onde nos fortalecemos a cada gesto, a cada lembrança, a cada palavra e a cada pessoa que decide seguir sua caminhada conosco. É uma forma de manter minha mãe presente, dessa forma tão potente e amorosa, afirma.
Fonte por: Brasil de Fato