A Alemanha recusou o pedido de asilo de 19 requerentes nos dois primeiros dias de aplicação dos novos controles migratórios nas fronteiras com outros países da União Europeia. A ação foi implementada na quinta e sexta-feira, dias 8 e 9 de maio de 2025, e faz parte de uma política de verificação contínua nos postos de fronteira terrestre.

De acordo com informações publicadas pelo jornal Bild am Sonntag, durante o mesmo período, as autoridades identificaram 365 entradas não documentadas nas fronteiras alemãs. Deste total, 286 indivíduos foram repatriados para seus países de origem ou de trânsito. Foram apreendidos 14 pessoas envolvidas no tráfico de migrantes, além da execução de 48 mandados de prisão pendentes e a detenção de 9 indivíduos com base em leis que combatem o extremismo – abrangendo ideologias de extrema-direita, extrema-esquerda e movimentos islamistas.

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As novas medidas foram implementadas dias após a posse do novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, do CDU (União Democrata-Cristã), que assumiu o cargo no início de maio. Durante a campanha, Merz prometeu reforçar a política migratória e introduzir controles permanentes nas 9 fronteiras terrestres do país, argumentando que a Alemanha está cercada por “Estados seguros da UE”. Na visão do governo, os pedidos de asilo deveriam ser feitos no 1º país europeu em que o migrante entra, conforme o princípio do Acordo de Dublin, que regula o tratamento de solicitações de refúgio na UE.

Para assegurar a implementação da medida, cerca de 3.000 policiais federais suplementares foram designados para operar nas áreas de fronteira, de acordo com a imprensa alemã.

Em 2025, nos primeiros três meses, o número de pedidos formais de asilo diminuiu 46% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando 37.387 solicitações, conforme dados do jornal Welt am Sonntag. A tendência de aumento nos controles teve início durante a pandemia de Covid-19, quando a Alemanha implementou verificações temporárias nas fronteiras. Entre setembro de 2024 e o final de abril de 2025, mais de 33 mil pessoas foram impedidas de entrar no país sem documentação adequada.

As novas diretrizes migratórias impactam diretamente migrantes e requerentes de asilo que buscam entrar na Alemanha a partir de outros países da UE, como Áustria, Polônia, República Tcheca, entre outros. A coalizão governamental liderada pela aliança de centro-direita CDU/CSU, com apoio dos Social-Democratas (SPD), defende que as medidas visam controlar o fluxo migratório irregular, fortalecer a segurança interna e assegurar maior controle sobre o sistema de refúgio.

A iniciativa alemã ocorre em meio a um debate mais amplo na União Europeia sobre o equilíbrio entre responsabilidade humanitária e segurança nas fronteiras internas do bloco, especialmente após o aumento da migração nos últimos anos devido a conflitos armados, crises econômicas e mudanças climáticas.

Fonte: Poder 360