O presidente Donald Trump solicitou hoje a rendição incondicional do Irã, em face da guerra com Israel. Ou Trump é um louco irrecuperável, ou optou pelo envolvimento direto dos Estados Unidos no conflito. Ambas as opções são desastrosas.

Quando o líder das forças militares mais poderosas do planeta representa uma ameaça, ele deve agir. Contudo, necessita de um plano para as consequências.

A última vez que os Estados Unidos fizeram isso – ao invadir o Iraque em 2003 – derrubaram o ditador Saddam Hussein e lançaram a região num caos. Não tinham plano para o dia seguinte. Ameaçar e não cumprir é tão ruim quanto.

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Obama ameaçou atacar a Síria em 2013 caso o ditador utilizasse armas químicas. Assad empregou armas químicas. Obama não agiu. Posteriormente, a Rússia ascendeu à posição de principal potência externa naquela região do Oriente Médio.

O presidente eleito prometeu não se envolver em conflitos prolongados no Oriente Médio. Contudo, recentemente, ele demonstra inclinação a atender à pressão israelense para realizar ataques diretos às instalações nucleares iranianas mais bem defendidas, algo que Israel não conseguiria fazer sozinha.

É um exemplo evidente de poder regional sendo utilizado para os interesses de uma região, e não necessariamente para os objetivos da superpotência.

A intervenção direta dos Estados Unidos na situação atual do conflito entre Irã e Israel provavelmente levaria a uma área ainda mais ampla e imprevisível de conflito, inclusive para a economia global, caso o Irã bloqueasse parte das rotas de transporte de petróleo.

Trump não solucionou a guerra na Ucrânia, desconhece como agir em relação à China e Taiwan, e propõe eliminar o líder supremo do Irã, transferindo para a região forças militares significativas que antes estavam posicionadas na Ásia.

Vladimir Putin e Xi Jinping não devem subestimar sua boa fortuna.

Fonte por: CNN Brasil