Escassez de Memória RAM Preocupa Indústria Tecnológica
A memória RAM está se tornando um componente extremamente disputado no mercado de tecnologia, e especialistas preveem que essa situação de falta deve persistir pelo menos até meados de 2026. A informação foi divulgada por Sanjay Mehrotra, CEO da Micron, uma das maiores fabricantes de memória do mundo.
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Mehrotra atribui o problema ao crescimento acelerado da infraestrutura de inteligência artificial (IA), que está impulsionando a demanda por chips de memória.
A Micron é responsável pela produção de DRAM, o tipo de memória RAM mais comum, além de NAND, que é utilizada em memórias flash e SSDs. A preocupação não é exclusiva da Micron: outras grandes empresas como Samsung e SK Hynix também alertam que a oferta de memória não conseguirá acompanhar o ritmo da demanda nos próximos anos.
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Mehrotra enfatiza que o problema é mais profundo do que uma simples instabilidade no mercado, projetando que a situação poderá durar “anos, e não apenas meses”.
A pressão da demanda por IA está forçando as empresas a revisarem constantemente suas previsões de consumo de memória. Segundo Mehrotra, os projetos de data centers de IA de seus clientes têm gerado um aumento significativo na procura por chips de memória e armazenamento.
A empresa acredita que a capacidade total da indústria não será suficiente para atender à demanda futura.
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Apesar dos esforços para aumentar a produção, o setor enfrenta algumas limitações estruturais que agravam a situação. Essa combinação de fatores está causando uma escassez de DRAM e NAND, e a previsão é que essa situação se mantenha por um período prolongado, além de 2026.
A Micron expressa sua decepção por não conseguir atender a todos os segmentos de mercado.
Existe também a incerteza sobre o futuro do mercado de IA. Se a demanda por inteligência artificial diminuir, data centers recém-construídos podem se tornar ociosos. Diante desse risco, algumas fabricantes estão priorizando a maximização dos lucros a longo prazo, evitando investimentos agressivos na expansão da capacidade produtiva.
Essa estratégia já está impactando o mercado, como evidenciado pela decisão da Micron de descontinuar a linha Crucial, voltada para o consumidor final, e por reajustes nos preços de DRAM e NAND.
Os impactos da escassez já são sentidos em diferentes setores. Fabricantes de computadores e smartphones, como Dell e Lenovo, estão repassando os custos mais altos para os clientes. A Samsung, por exemplo, anunciou que os reajustes de preços no Brasil podem chegar a 20%.
Analistas preveem que, em 2026, notebooks e celulares podem vir com menos memória para tentar controlar os preços. A Counterpoint estima que o mercado global de smartphones deve diminuir 2,1% no próximo ano.