Rússia propõe condições para o fim do conflito na Ucrânia
Os negociadores russos apresentaram aos ucranianos, na segunda-feira (2), um memorando com os termos propostos para um cessar-fogo.

A Rússia informou à Ucrânia, em negociações de paz na segunda-feira (6), que só aceitaria o fim da guerra caso Kiev cedesse territórios e aceitasse limites para o tamanho de seu exército, de acordo com um memorando divulgado pela mídia russa.
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Os termos, formalmente apresentados em negociações em Istambul, evidenciaram a recusa de Moscou em ceder aos seus objetivos de guerra preexistentes, mesmo com os apelos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para interromper o “banho de sangue” na Ucrânia.
A Ucrânia tem consistentemente rejeitado as condições russas, considerando-as equivalentes à rendição.
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As comissões das partes em conflito se reuniram por apenas uma hora, na segunda rodada de negociações desde março de 2022. Eles chegaram a um acordo para trocar mais prisioneiros de guerra – com ênfase nos mais jovens e nos feridos mais graves – e devolver os corpos de 12 mil soldados falecidos.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, classificou o encontro como excelente e manifestou a expectativa de reunir Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, para uma reunião na Turquia com Trump.
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A Rússia não aceitou uma proposta de cessar-fogo que a Ucrânia, seus aliados europeus e Washington haviam solicitado.
Moscou declara que almeja um entendimento duradouro, e não uma interrupção do conflito; Kiev alega que Putin não demonstra interesse em alcançar a paz.
Trump avisou que os Estados Unidos estão preparados para interromper seus esforços de mediação, caso as partes envolvidas não apresentem avanços em relação a um acordo.
O ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, que liderou a delegação ucraniana, afirmou que Kiev – que desenvolveu um plano de paz próprio – examinaria o documento russo, sobre o qual não proferiu declarações imediatas.
A Ucrânia propõe a realização de mais conversas até o final de junho, mas acredita que apenas uma reunião entre Zelensky e Putin poderá resolver muitas questões divergentes, declarou Umerov.
Zelensky afirmou que a Ucrânia apresentou uma lista de 400 crianças que alega terem sido sequestradas para a Rússia, porém a delegação russa concordou em trabalhar para devolver apenas 10 delas. A Rússia sustenta que as crianças foram retiradas de zonas de guerra para proteção.
A agência de notícias Interfax divulgou um memorando russo que indica que uma solução para a guerra demanda o reconhecimento internacional da Crimeia – uma península anexada pela Rússia em 2014 – e de outras quatro regiões da Ucrânia que Moscou declarou como território próprio.
A Ucrânia teria que recolher seus militares de todas as regiões.
O documento reiterou as exigências de Moscou de que a Ucrânia se torne um país neutro – excluindo a adesão à OTAN – e que assegure os direitos dos cidadãos que falam russo, reconheça o russo como idioma oficial e proíba legalmente a glorificação do nazismo.
A Ucrânia considera a alegação de nazismo um absurdo e nega a discriminação contra falantes de russo.
A Rússia também formalizou termos para qualquer cessar-fogo a caminho de um acordo de paz, apresentando duas opções que parecem inviáveis para a Ucrânia:
O líder da delegação russa, Vladimir Medinsky, indicou que Moscou também propôs um “cessar-fogo específico de dois a três dias em determinadas áreas do fronteiro” para permitir a recuperação dos corpos de soldados falecidos.
Conforme uma proposta de roteiro elaborada pela Ucrânia, cuja cópia foi vista pela Reuters, Kiev não deseja restrições à sua força militar após qualquer acordo de paz, sem reconhecimento internacional da soberania russa sobre partes da Ucrânia ocupadas pelas forças de Moscou e indenizações.
Fonte por: CNN Brasil