A ordem executiva de tarifação de produtos brasileiros, assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e divulgada pela Casa Branca, expôs o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que poderia ter sido o principal revés da crise diplomática entre Brasil e os americanos.

Na quarta-feira (30), Trump anunciou que a relação comercial entre o Brasil e EUA será taxada em até 50%, excluindo 694 produtos. Alguns setores da economia brasileira – como aço, aeronaves e suco de laranja – continuaram a exportar sem tributos adicionais. A decisão de Trump contraria o que Eduardo Bolsonaro tem divulgado em suas redes sociais.

O resultado final descredita Eduardo Bolsonaro e o campo bolsonarista. Eles estavam exaltando vitória e alegando contato direto com o Trump, mas acabaram sendo deixados para trás. Essas declarações atuais prejudicarão ainda mais os bolsonaristas, pois o setor de carnes é base do bolsonarismo, afirmou Rudá Ricci, cientista político e presidente do Instituto Cultiva.

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Para Paulo Roberto de Souza, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e pesquisador do Instituto Democracia em  xeque, o governo brasileiro alcançou uma vitória parcial.

No cenário que Trump e a extrema direita brasileira buscaram envolver, e que até certo ponto foi apoiado pela opinião pública em uma semana, houve uma vitória parcial. As exceções estratégicas demonstram que Trump foi bem avaliado em uma separação adequada entre o ataque político e o econômico.

O cientista político Paulo Nicolli Ramirez, professor da FESPSP, considera que “Lula saiu uma figura mais forte porque buscou um diálogo com os EUA, que não ocorreu devido à falta de vontade dos EUA, e por não ter admitido interferir no Judiciário, um Poder independente”. A família Bolsonaro saiu como grande derrotada, pois agiu contra os interesses nacionais.

Fonte por: Brasil de Fato