Eu que determinei o seu isolamento, afirma Moraes a Braga Netto

O ministro indagou se ele já fora detido em alguma ocasião; o ex-chefe da Casa Civil respondeu com riso, afirmando: “Estou preso, senhor presidente”.

10/06/2025 19h37

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Ministros Luiz Eduardo Ramos com Braga Netto, na primeira entrevista coletiva do Min. da Educação, Nelson Teich. Sérgio Lima/Poder360 00.02.2020

O ministro do STF Alexandre de Moraes fez piada com a detenção do ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice nas eleições de 2022, general Walter Braga Netto, em depoimento na Corte nesta 3ª feira (10.jun.2025).

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No início do interrogatório na ação penal por tentativa de golpe em 2022, Moraes perguntou a Braga Netto se ele já havia sido preso alguma vez. O questionamento é protocolar. “Eu estou preso, presidente”, respondeu o general.

Moraes prosseguindo, declarou: “Fora, dessa vez”. Braga indicou negativamente. Em seguida, Moraes ironizou: “Eu sei que o senhor está preso, eu que decretei”.

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Braga Netto encontra-se detido no Rio de Janeiro desde dezembro de 2024. A prisão ocorreu por meio de videoconferência.

A Polícia Federal alega que o general agiu para obter informações sobre a delação premiada de Mauro Cid — que também é réu na ação sobre a tentativa de golpe — e, por isso, solicitou a sua prisão à corporação.

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Interrogatórios

A Primeira Turma do STF iniciou na segunda-feira (9.jun) o interrogatório dos réus no núcleo central do processo penal por tentativa de golpe de Estado. De acordo com o MP, os integrantes desse grupo teriam sido responsáveis por liderar as ações da organização criminosa que visavam impedir a posse de Lula.

Pertencem ao grupo:

O primeiro a ser ouvido foi Mauro Cid, que firmou um acordo de cooperação com o STF. Os demais réus estão sendo interrogados em seguida, em ordem alfabética. A ordem foi estabelecida para que todos tenham conhecimento do que o delator declarou e, assim, possam exercer o devido processo legal.

Todos os réus do núcleo são obrigados a comparecer nos interrogatórios, mas podem permanecer em silêncio e responder a algumas ou nenhuma pergunta. O relator, ministro Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados podem fazer perguntas. Se outros ministros da 1ª Turma comparecerem, também podem questionar os réus.

Após as audiências, os réus não precisam mais comparecer. A única pessoa do grupo que não irá até o plenário da 1ª Turma é o general Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro. Ele participa por videoconferência.

Os interrogatórios são parte da fase instrutória do processo criminal, momento de coleta de provas. As testemunhas do Ministério Público e da defesa já prestaram depoimento e ainda podem ser produzidas provas documentais e periciais, caso sejam solicitadas pelas partes e autorizadas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.

Podem ser realizadas, eventualmente, investigações adicionais para confirmar informações relevantes durante o processo. Só após essa fase as acusações e as defesas devem apresentar suas alegações finais e Moraes elaborará o relatório final para o julgamento.

Os depoimentos das testemunhas são divulgados no canal do STF no YouTube e na TV Justiça ao vivo. O Poder360 também realiza a transmissão no canal deste jornal digital no YouTube (inscreva-se e ative as notificações). No Brasil, o interrogatório de réus em ações penais é, por regra, um ato público. Embora a transmissão ao vivo não seja comum, o STF já permitiu acesso de jornalistas e do público em outros casos semelhantes.

Acompanhe os vídeos do depoimento dos réus perante o STF.

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Fonte por: Poder 360

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