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Lucro reduz, aumenta demissões na Sabesp e mostra cenário de pré-privatização


Lucro reduz, aumenta demissões na Sabesp e mostra cenário de pré-privatização
(Foto Reprodução da Internet)

A Sabesp divulgou um balanço trimestral que mostra que a companhia teve queda no lucro e aumento nos gastos com demissões. O governo pretende privatizar a empresa.

A Sabesp divulgou que teve um aumento de 31% nos gastos com pessoal entre janeiro e setembro deste ano, totalizando R$ 684 milhões. Desse valor, quase R$ 530 milhões foram destinados para pagar as demissões dos trabalhadores que aderiram ao Programa de Desligamento Incentivado (PDI) lançado pela empresa no primeiro semestre do ano.

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As inscrições para o PDI da Sabesp ocorreram entre maio e julho. Depois de encerrar as inscrições, a companhia anunciou que 1.862 funcionários aderiram ao programa. O processo de desligamento acontecerá até junho do próximo ano. Atualmente, a Sabesp possui 11.606 empregados.

Quando o PDI foi criado, a Sabesp explicou que ele tinha como objetivo tornar a empresa mais moderna e competitiva no novo cenário do Marco Legal de Saneamento, focando na eficiência, simplificação e racionalização de processos.

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A Sabesp teve uma queda de 21,7% nos lucros no terceiro trimestre de 2023, de acordo com o Metrópoles. No acumulado dos nove primeiros meses de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022, o lucro da Sabesp caiu 5,7%, de R$ 2,48 bilhões para R$ 2,34 bilhões. Apesar disso, a empresa continua sendo considerada a principal empresa do estado de São Paulo por sua estabilidade financeira e presença em 374 municípios paulistas.

Passos para a privatização

Tarcísio espera autorização da Assembleia Legislativa (Alesp) para vender as ações na empresa de modo a diminuir a participação do governo — hoje em 50,3% — para, no máximo, 30%. Com isso, o governo deixará de ser o acionista majoritário e controlador da companhia. O governador quer aprovar o projeto na Alesp ainda neste ano.

Depois disso, o governo irá solicitar às 375 cidades atendidas pela empresa que garantam que os contratos com a Sabesp serão mantidos mesmo depois da privatização. Esses contratos possuem cláusulas que permitem que as prefeituras cancelem o contrato caso o Estado perca o controle da empresa.

Depois de completar essas etapas, o que Tarcísio quer fazer é introduzir golden shares. Estas são ações preferenciais da Sabesp, que serão apenas do governo e lhe darão o poder de veto em decisões do conselho de administração da empresa. As ações que serão negociadas no mercado, de acordo com o governo, serão destinadas a atrair apenas um grupo financeiro específico, chamado “acionista preferencial”.

Na capital, a Câmara Municipal criou uma comissão de estudos para analisar o tema que pretende impor ao governo uma série de condicionantes para a manutenção do contrato com a Sabesp, que vão girar ao redor de garantias de investimentos novos em ações para coleta e tratamento de esgoto.


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