No sexto dia de combates, Israel atacou instalações de produção de urânio no Irã

Em retaliação aos ataques contra instalações nucleares e às provocações de Trump, o aiatolá Khamenei garantiu que não demonstrará misericórdia com o “regime sionista terrorista” e que está preparando uma “resposta robusta”.

18/06/2025 8h49

4 min de leitura

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TEHRAN (IRAN(Islamic Republic Of)), 15/06/2025.- People drive as fire and smoke rise from Tehran’s oil warehouse in Tehran, Iran, 15 June 2024. Israel continues strikes on Iran’s nuclear program and energy facilities. (Teherán) EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

Israel bombardeou nesta quarta-feira (18) instalações de produção de centrífugas de urânio no Irã, em resposta à declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deseja uma “rendição incondicional”. “Precisamos dar uma resposta firme ao regime sionista terrorista. Não haverá clemência com os sionistas”, escreveu o aiatolá Khamenei em sua conta na rede social X. Trump também alertou que seu país poderia eliminar Khamenei, intensificando as especulações sobre um envolvimento direto de Washington no conflito iniciado por Israel na sexta-feira passada.

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Sabemos precisamente onde se encontra o denominado “Líder Supremo”. É um alvo fácil, mas está seguro ali. Não vamos removê-lo (matá-lo!), pelo menos por enquanto, escreveu Trump em sua rede Truth Social. A guerra começou na sexta-feira passada, quando Israel bombardeou o território iraniano, uma ofensiva que justificou pela necessidade de evitar que o Irã desenvolva a bomba atômica, um objetivo repetidamente negado por Teerã.

A ofensiva interrompeu as negociações em andamento entre Teerã e Washington, visando, justamente, restringir o programa nuclear do país islâmico em troca do fim das sanções econômicas. O governo dos Estados Unidos assegura não ter participado do ataque inicial e que prioriza uma solução diplomática com o Irã, embora as últimas declarações mais agressivas de Trump possam indicar uma mudança de posição.

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Mísseis hipersônicos

O exército iraniano divulgou um aviso sobre ataques “retributivos” próximos a Israel e solicitou a evacuação das grandes cidades de Tel Aviv e Haifa. Posteriormente, a Guarda Revolucionária, o corpo militar iraniano, comunicou na televisão estatal um ataque contra o território israelense, utilizando mísseis balísticos hipersônicos Fattah-1. As Forças de Defesa Israelenses ativaram, temporariamente, durante a noite, os sistemas de alerta aéreo após a detecção de 10 mísseis balísticos lançados pelo Irã, que na maior parte foram interceptados, segundo uma fonte militar.

Os sistemas de defesa israelenses também derrubaram dois drones na região do Mar Morto nas primeiras horas da quarta-feira. O Exército israelense informou nesta quarta-feira que um de seus drones foi derrubado por um míssil terra-ar quando operava no Irã. Também anunciou um ataque com “mais de 50 aviões” contra um centro de produção de centrífugas de urânio em Teerã e várias unidades de fabricação de armas, incluindo instalações de produção de componentes de mísseis terra-terra.

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A agência de notícias iraniana Mehr divulgou na madrugada de quarta-feira um vídeo que mostra explosões no céu da capital. Nenhum país divulgou até o momento um balanço de vítimas ou danos materiais da sexta-feira de confrontos.

Rendição incondicional

O confronto direto entre Irã e Israel, que perdurava há décadas em uma guerra disfarçada, fez com que Trump abandonasse precocemente a cúpula do G7 e reunisse na terça-feira seu Conselho de Segurança. Em uma mensagem na rede Truth Social, o republicano declarou que os Estados Unidos exercem controle total sobre o espaço aéreo iraniano e exigiu uma “submissão incondicional” de Teerã.

Apesar dos ataques israelenses terem enfraquecido o comando militar e o programa nuclear de Teerã, somente os Estados Unidos detêm armamento com capacidade para destruir as instalações nucleares iranianas localizadas em grande profundidade, como a bomba GBU-57. Até o momento, Washington intensificou seu “dispositivo de defesa” no Oriente Médio e enviou o porta-aviões Nimitz para a região. Também está preparando uma “força especial” para auxiliar seus cidadãos na área. Na terça-feira, o governo americano anunciou o fechamento de sua embaixada em Jerusalém até sexta-feira por questões de segurança e solicitou aos funcionários e suas famílias que buscassem abrigo.

Retorno

Israel, Estados Unidos e seus aliados ocidentais suspeitam que o programa nuclear do Irã, com caráter exclusivamente civil, visa, na verdade, desenvolver a arma atômica. Desde o início dos ataques na sexta-feira, Israel atingiu centenas de instalações militares e nucleares e eliminou vários comandantes do Exército e cientistas do Irã. O Exército israelense declarou na terça-feira que matou Ali Shadmani, apresentado como o chefe do Estado-Maior em tempos de guerra e comandante militar de maior escala, próximo ao líder supremo do país.

A troca de ataques resultou em vítimas de civis de ambos os lados: 224 no Irã, de acordo com o balanço oficial mais recente, divulgado na segunda-feira, e 24 em Israel, segundo o governo do país. Na terça-feira, extensas filas foram observadas em postos de gasolina e padarias em Teerã. Os moradores procuram desesperadamente obter combustível e alimentos nos poucos estabelecimentos que continuam operando.

Israel retomou nesta quarta-feira o retorno de um primeiro grupo de cidadãos que estavam bloqueados no exterior devido ao fechamento do espaço aéreo no início da guerra com o Irã. O Ministério dos Transportes comunicou que entre 100 mil e 150 mil israelenses permaneceram retidos no exterior e serão repatriados nas próximas etapas.

Com informações da AFP.

Fonte por: Jovem Pan

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