Asexualidade: compreenda a orientação sexual de Poliana em “Vale Tudo”

O personagem de Manuela Dias revelou detalhes sobre sua orientação, afirmando não experimentar desejo ou atração sexual por outras pessoas.

11/06/2025 9h57

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(Imagem de reprodução da internet).

Na semana passada, os telespectadores de “Vale Tudo” observaram um breve contato entre Dalva (Nataly Rocha) e Poliana (Matheus Nachtergaele). Contudo, o empresário revelou detalhes de sua orientação sexual para a própria irmã, Aldeíde (Karine Teles).

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Após algumas pesquisas online, o personagem compreendeu sua asexuidade. Diferente da versão anterior, em que a sexualidade não foi tratada, o termo é agora central, sendo explorado em profundidade na obra de Manuela Dias. A intenção é promover clareza e discutir o tema, que frequentemente gera interpretações equivocadas e facilmente disseminadas.

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Ser assexual?

A CNN, o médico, psiquiatra e comunicador Jairo Bouer explica que a assexualidade se refere a uma orientação sexual, na qual uma pessoa não sente atração sexual por outras pessoas ou sente esse desejo de maneira não tão intensa.

Não se trata de uma questão relacionada a outras pessoas, é algo pessoal. Isso não implica que ela não possa ter relacionamentos, sentir afetos ou emoções, mas a experiência sexual não é um fator predominante em suas relações. A assexualidade é, sim, uma orientação sexual válida como qualquer outra, e faz parte da diversidade da sexualidade humana.

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Cena impactante em “Vale Tudo”: Poliana descobrindo sua asssexualidade e identificação no grupo LGBTQIAPN+. Considera o efeito da informação que essa cena irá gerar. #ValeTudo

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— ARTH (@eolorr) 11 de junho de 2025

Homens ou mulheres?

O termo assexuado descreve a ausência de órgãos sexuais ou características sexuais primárias. Além de humanos, essa definição se estende a plantas ou animais que não se reproduzem por meio da reprodução sexual.

A sexóloga clínica e psicanalista Lelah Monteiro, da CNN, afirma que “ser assexual é patológico. Assexual é orientação. A pessoa nasce assim, ela não escolhe ser assexual, não tem relação com traumas ou nada disso”.

Além da principal característica, de não sentir desejo ou atração sexual, é importante ressaltar que, no cenário das experiências humanas, há assexuais com interesse nulo em sexo e nunca consideraram o tema. Outros, contudo, pensam e sentem atração, segundo Jairo.

Existem aqueles que conseguem até buscar uma experiência por curiosidade, pressão ou acordo com o parceiro. No entanto, isso não é o principal componente de suas vidas, ou o componente que define o relacionamento. A relação que essas pessoas têm com o sexo e com o desejo é diferente da relação que a maioria das pessoas sente.

A diversidade na assexualidade.

Um aspecto relevante da assexualidade reside em não associá-la à ausência de desejo por relacionamentos românticos. Muitos podem experimentar atração romântica, envolvendo-se em relações que não incluem a atividade sexual.

Alguém assexual romântico é aquele que, embora não sinta atração sexual, sente desejo e vontade de viver um relacionamento, de se apaixonar, de casar, de ter um vínculo afetivo e romântico com outra pessoa. Já o assexual arromântico, além de não sentir atração sexual, também não sentem atração afetiva e romântica. Não tem vontade de se envolver em nenhum tipo de relacionamento.

É importante compreender que a identificação com a assexualidade não é algo imediato, não é tão óbvio assim. A pessoa precisa passar por algumas experiências, entrar em contato com suas emoções e desejos para entender o que está acontecendo com ela. É necessário se questionar, por exemplo: Será que sinto atração sexual por outra pessoa? Isso é frequente ou não? É intenso ou não? Será que eu tive vontade de fazer sexo mesmo ou quando eu tropecei, se é que eu tropecei, foi por pressão ou por curiosidade? Ou até um acordo? Eu me sinto confortável e bem em fazer sexo.

Traumas e assexualidade.

Lelah afirma que uma pessoa assexual nunca deseja ter uma relação sexual com alguém. Não se trata de alguém que tinha um relacionamento, que possuía um desejo, uma atração, e depois perdeu esse interesse. A questão é que a pessoa assexual nunca teve esse interesse. Não é que ela começou a ter uma vida sexual, ficou desiludida e se traumatizou. A pessoa assexual não é aquela que sofreu abuso, não é a pessoa que teve uma vida sexual dolorosa, sofrida.

Ademais, Jairo complementa que, por outro lado, indivíduos com antecedentes traumáticos e experiências sexuais problemáticas, por exemplo, podem evitar novas vivências como uma espécie de sintoma, de alguma dificuldade, de algo que necessitam tratar ou solucionar.

Vítimas de abuso sexual, de violência, podem vivenciar esse trauma de tal forma que não desejam mais passar por aquilo novamente. Elas não querem reviver aquela situação. Por isso, podem evitar o sexo. Mas isso é diferente de alguém que é assexual. O assexual não passou por uma experiência traumática, ele não tem uma questão psicológica ou a urgência de resolver uma questão psíquica. Ele é uma pessoa que simplesmente não sente atração e isso faz parte da sua orientação sexual, da sua identidade.

Frequentemente, não sentir atração não é um problema. Ele não experimenta dor, angústia ou sofrimento. Às vezes, pode se questionar sobre isso devido à pressão externa, mas não é algo recorrente, conclui.

A sexualidade é vista sob uma ótica controversa, segundo estudo.

Fonte por: CNN Brasil

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