Quais as perdas da sua empresa ao não considerar a menopausa no ambiente corporativo

Especialista adverte que a menopausa, fase natural da vida feminina, ainda é um tabu no ambiente de trabalho e exige medidas estruturadas.

14/05/2025 8h03

3 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

Sintomas impactam o desempenho e necessitam de compreensão no ambiente de trabalho.

A menopausa representa uma fase natural do ciclo de vida feminino, que costuma acontecer entre os 45 e 55 anos.

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Contudo, seus efeitos vão além das mudanças biológicas e impactam diretamente a rotina de trabalho, o desempenho profissional e a dinâmica das equipes.

A ginecologista Fernanda Torras afirma que “muitas empresas ainda não estão preparadas para lidar com os impactos que a menopausa pode trazer ao ambiente corporativo”.

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Uma pesquisa da PlenaPausa, conduzida entre 2021 e 2024, revelou que 44% das mulheres na menopausa relatam menor produtividade no trabalho.

Essa percepção está relacionada a sintomas como variações de humor, dificuldade de concentração, perda de memória, insônia e fadiga.

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Esses aspectos, combinados com o preconceito e o etarismo, podem comprometer a trajetória profissional, em um momento que frequentemente representa o ápice da carreira.

A ausência de preparação pode influenciar o ambiente e os resultados.

A persistência do tabu sobre a menopausa causa impactos que vão além do âmbito pessoal e afetam os relacionamentos em grupos.

Essa combinação de sintomas pode causar conflitos, mal-entendidos e perda de motivação, segundo Fernanda Torras.

Ela argumenta que a função das empresas não é conceder licenças ou diminuir restrições, mas sim prover apoio e flexibilidade para que as mulheres superem essa situação com dignidade e respeito.

A compreensão dos impactos da menopausa e a implementação de ações inclusivas podem favorecer um ambiente mais produtivo, minimizando perdas decorrentes da desmotivação ou da saída dessas profissionais.

A diversidade de gerações promove vantagens competitivas.

A médica enfatiza que manter mulheres idosas na equipe não é apenas uma questão de igualdade.

A experiência consolidada, a extensa rede de contatos, a maturidade e a habilidade de liderança são diferenciais que potencializam a equipe e favorecem os profissionais em início de carreira.

A presença de diferentes gerações em um mesmo ambiente promove a troca de experiências e fortalece habilidades interpessoais relevantes.

Nesse cenário, as empresas que implementam políticas de inclusão durante a menopausa fortalecem sua posição no mercado e evidenciam o compromisso com a valorização de seus profissionais.

Ações práticas e políticas de apoio

Para fomentar um ambiente inclusivo, Fernanda Torras propõe medidas concretas.

Ela destaca entre as medidas a oferta de horários flexíveis ou a possibilidade de trabalho remoto para mulheres que apresentam maior desgaste físico e emocional.

Também são contempladas a criação de áreas de repouso, a oferta de ventiladores e o suporte para indivíduos que experimentam tempestades sensíveis, juntamente com grupos de apoio e redes de mentoria.

A especialista afirma que essas práticas podem ser implementadas sem afetar a produtividade e evidenciam um compromisso genuíno com o bem-estar das colaboradoras.

Formação de lideranças e transformação cultural

A transformação de atitude demanda, também, a preparação das lideranças.

É necessário conscientizar gestores e equipes sobre o que é a menopausa, seus impactos no desempenho e como oferecer suporte adequado.

É importante promover o acesso a tratamentos médicos ou terapias que reduzam os sintomas e possibilitem a manutenção do desempenho no trabalho, afirma Fernanda Torras.

A autora enfatiza que a compreensão dos desafios enfrentados por mulheres nessa fase deve ser incorporada à cultura organizacional.

A menopausa não é o fim da carreira.

A médica considera a menopausa como uma fase distinta, e não como um impedimento para a trajetória profissional.

Ela é um desafio, sim, mas também pode ser uma oportunidade de crescimento e transformação.

Empresas que consideram essa situação criam ambientes mais propícios, produtivos e compatíveis com as necessidades da sociedade.

É hora de romper o silêncio e o tabu. É hora de reconhecer que a menopausa não é o fim da trajetória profissional de uma mulher, mas um ciclo que pode ser superado com apoio e compreensão, conclui Fernanda Torras.

Fonte: Carta Capital

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